DA CEGUEIRA DA JUSTIÇA (ou de como se constrói a culpa ou a inocência)
- É preciso, em primeiro lugar, que alguém denuncie (ato de vontade?). Sem denúncia, a “máquina não começa a andar”;
- É preciso que alguém aceite a denúncia (ato de interpretação?). Sem isso, a investigação não acontece;
- É preciso que alguém investigue para que sejam produzidas provas (ato de “boa vontade”?). Sem provas, não há processo;
- É preciso que, a partir das provas, alguém solicite a abertura do processo (ato de vontade?). Sem isso a “máquina para de girar”;
- É preciso que alguém aceite a abertura do processo (ato de interpretação?). Sem isso, mais uma vez, a “máquina para”;
- É preciso que o processo “ande” (ato de “boa vontade”?). Sem isso, os prazos vão prescrevendo;
- É preciso que alguém julgue: culpado ou inocente (ato de interpretação?). Somente aqui a culpa é imputada.
- É preciso que alguém estabeleça a pena (ato de interpretação?). É ela que determina o “preço a pagar” pelo crime.
Ainda bem que se trata de um processo objetivo, sem espaço para vontade política!!!
Sendo eu um pessimista empedernido, prevejo um longo império da cegueira pela frente...
PS. Advogados conhecidos, POR FAVOR, me corrijam se eu estiver errado!
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