A partir do novo cenário econômico mundial, tanto o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – Cepal e a Organização Internacional do Trabalho – OIT, voltaram a se debruçar sobre a questão da produtividade na economia, especialmente no que ser refere à Heterogeneidade Estrutural (HE) e seu papel como inibidor de um processo de desenvolvimento inclusivo. Diante dessa convergência de interesses, as duas instituições firmaram um acordo de cooperação técnica com o objetivo de compartilharem estudos sobre essa matéria. O resultado desses estudos foi reunido no livro “Por um desenvolvimento inclusivo: o caso do Brasil”[1], que apresenta uma análise das características e implicações socioeconômicas dos diferenciais de morfologia e dinâmica de vários segmentos da estrutura produtiva do Brasil, tendo como elemento central a produtividade do trabalho e as diversas manifestações de sua heterogeneidade.
A motivação para o trabalho se baseou na ideia de que, quando uma mudança estrutural resulta na redução dos hiatos de produtividade, diversificação da estrutura produtiva e incremento agregado da produtividade, o mundo do trabalho se beneficia em termos de igualdade por que se reduzem as disparidades salariais e se amplia o alcance da proteção social porque se torna mais extensivo o emprego de qualidade graças a um crescimento mais sustentável, dinâmico e inclusivo, tornando-se dimensão chave para superar os problemas do crescimento, do emprego e da igualdade no país.
Os oito capítulos do livro se desenvolvem em torno de três temas centrais. O primeiro, que contempla os quatro primeiros capítulos, se caracteriza por um conjunto de análises descritivas da HE no Brasil. Um segundo bloco, composto por 3 capítulos, cuida das relações e implicações econômicas da HE. Finalmente, o oitavo capitulo, conformador do terceiro bloco, efetua uma comparação internacional da HE no Brasil e uma análise de seus perspectivas de superação.
[1] Esse livro faz parte do projeto “Desarollo Inclusivo” da Cepal/OIT que, tendo como base análise da experiência chilena, realizou estudos que cobriram a região da América Latina e Caribe e os casos nacionais da Argentina, El Salvador e Peru, além do Brasil.
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